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Rafael Souza e João Victor

Lula critica Europa por demora em auxílio à Grécia

Faz algum tempo que a Grécia está na UTI', afirmou o presidente.Nesta sexta-feira, Brasil anunciou ajuda de US$ 286 milhões ao país.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado (8) que o Brasil tem condições de emprestar dinheiro para a Grécia enfrentar sua crise finaceira e criticou a demora da União Europeia em socorrer o país. Nesta quinta-feira, o Brasil anunciou que vai colaborar com US$ 286 milhões ao pacote de ajuda à Grécia elaborado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), para tentar tirar o país da crise que ameaça o sistema  financeiro mundial.
“Eu acho que na Europa eles estão demorando muito. Faz algum tempo que a Grécia está na UTI. Você tem que dar logo remédio, as pessoas não podem ficar regateando. A crise de 2008 já teve um pouco de demora”, afirmou, logo após tomar vacina contra a gripe comum, em São Bernardo do Campo.

O presidente disse que até as medidas de combate às causas da crise de 2008 ainda não foram postas em prática. “Até agora as decisões que a gente tomou na primeira reunião do G20 não foram implementadas. Ora, se você não cuida do sistema financeiro e permite que a especulação financeira continue, vai ser muito difícil ter uma economia sólida e eminentemente produtiva.”
Lula voltou a reafirmar a posição brasileira de credor no sistema financeiro internacional. “Nós estamos em condições de emprestar dinheiro para o FMI para ele poder emprestar para a Grécia, ou seja, isso é uma situação importante para o Brasil. Nós já não somos mais um país pedinte. Nós já estamos em condições, já nós colocamos [US$] 14 bilhões em empréstimos para o FMI e agora vamos emprestar dinheiro para ajudar a Grécia, e queremos dar dinheiro para ajudar outros países mais pobres”, afirmou.

Para receber o pacote de ajuda do FMI, o governo grego se comprometeu a pôr em prática uma série de medidas de ajuste fiscal. Entre as ações estão o congelamento de salários dos servidores públicos até 2013, o aumento de impostos, o corte no planos de aposentadoria, o fim de vários benefícios e a flexibilização das leis trabalhistas. O anúncio do plano provocou uma onda de protestos violentos no país, que deixou pelo menos três mortos.

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